Mostrando postagens com marcador Traducidos por Angel Campos Pámpano. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Traducidos por Angel Campos Pámpano. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 14 de março de 2012

NÃO SÓ QUEM NOS ODEIA OU NOS INVEJA


NÃO SÓ QUEM NOS ODEIA OU NOS INVEJA

NÃO só quem nos odeia ou nos inveja
Nos limita e oprime; quem nos ama
.........Não menos nos limita.
Que os Deuses me concedam que, despido
De afectos tenha a fria liberdade
.........Dos píncaros sem nada.
Quem quer pouco, tem tudo; quem quer nada
É livre; quem não tem, e não deseja,
.........Homem, é igual aos Deuses.


Fernando Pessoa- Portugal
Ricardo Reis
Pág: 290. "Un corazón de nadie"
Círculo de Lectores. Galaxia Gutemberg.


*****

NO SÓLO QUIEN NOS ODIA O NOS ENVIDIA

NO SÓLO quien nos odia o nos envidia
nos limita y oprime; quien nos ama
.........no menos nos limita.
Que los Dioses me concedan que, libre
de afectos, tenga la fría libertad
.........de las cumbres desnudas.
Quien quiere poco, tiene todo; quien nada quiere
es libre; quien no tiene y no desea,
.........hombre, es igual a los Dioses.


Fernando Pessoa- Portugal
Traducción al español: Ángel Campos Pámpano
Ricardo Reis
Pág: 291. "Un corazón de nadie"
Círculo de Lectores. Galaxia Gutemberg.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

POEMA A BOCA FECHADA






POEMA A BOCA FECHADA

Não direi:
Que o silêncio me sufoca- e amordaça.
Calado estou, calado ficarei,
Pois que a língua que falo é doutra raça.

Palavras consumidas se acumulam,
Se represam, cisterna de águas mortas,
Ácidas mágoas em limos transformadas,
Vasa de fundo em que há raízes tortas.

Não direi:
Que nem sequer o esforço de as dizer merecem,
Palavras que não digam quanto sei
Neste retiro em que me não conhecem.

Nem só lodos se arrastam, nem só lamas,
Nem só animais boiam, mortos, medos,
Túrgidos frutos em cachos se entrelaçam
No negro poço de onde sobem dedos.

Só direi,
Crispadamente recolhido e mudo,
Que quem se cala quanto me calei
Não poderá morrer sem dizer tudo.


José Saramago- Portugal


*****

POEMA EN BOCA CERRADA

No diré:
que el silencio me sofoca y amordaza.
Callado estoy, callado quedaré,
porque la lengua que hablo es de otra raza.

Palabras consumidas se acumulan,
se remansan, cisterna de aguas muertas,
agrias penas en limos transformadas,
raíces retorcidas en el fango.

No diré:
que no merecen ni el esfuerzo de decirlas,
palabras que no digan cuanto sé
en un retiro donde nadie me conoce.

No sólo barro arrastran, no sólo lamas,
animales que flotan, muerte, miedos,
túrgidos frutos en ramos se entrelazan
en el oscuro pozo de donde suben dedos.

Sólo diré,
crispadamente recogido y mudo,
que quien se calla cuánto me callé
no se podrá morir sin decir todo.








José Saramago- Portugal


Traducción al español: Ángel Campos Pámpano