sábado, 24 de março de 2012

POEMA DE JULIO OBESO

POEMA DE JULIO OBESO

Hamed não mendiga
não corre adiante da polícia
ama profundamente a essa mulher
de mãos de tâmaras
mas chama-se Hamed
o padeiro recorda o seu aspecto
não o seu nome
e os camareiros chamam-no “mo-hamed”
não é esse o seu nome
os bombeiros não podem imaginar
qual era o seu aspecto
o fogo é o êxito do anónimo
mas chamava-se Hamed
orava no deserto
adorava a luxúria
e jamais entendeu aquele incêndio
não quis a solidão da sua mulher profunda
nem as coroas repudiando o racismo

Julio Obeso- Espanha
Tradução al português: Tania Alegria


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POEMA DE JULIO OBESO

Hamed no mendiga
no corre delante de la policía
ama profundamente a esa mujer
de manos dátiles
pero se llama Hamed
el panadero recuerda su aspecto
no su nombre
y los camareros le dicen “mo-hamed”
no es su nombre
los bomberos no pueden hacerse idea
de cuál era su aspecto
el fuego es el éxito de lo anónimo
pero se llamaba Hamed
oraba al desierto
adoraba la lujuria
y jamás entendió aquel incendio
no quiso la soledad de su mujer profunda
ni las coronas repudiando el racismo


Julio Obeso- España

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