sábado, 11 de fevereiro de 2012

UM POEMA SEM TÍTULO DE VÍKTOR GÓMEZ




UM POEMA SEM TÍTULO DE VÍKTOR GÓMEZ

A luz cala.
Parece que haverá boa colheita.
Miguel Ángel Curiel

(Intempestivas conversações nocturnas em Jerez)


Um violino roto, dizia León Felipe.
Um cavalo azul, George Trakl.
Um estranho animal, invocava Blanca Varela.

Eu não sei,
nestas águas transparentes,
nesta ausência de barro,
como não beber
o veneno da sua claridade sem
morrer ao bem
que ficou brincando
que fica enlameando
– como minha infância no seu quício –
uma margem de asnos insones.


Porque há águas limpas
que são mortais
mas nenhuma criança morreu
brincando na margem barrenta.

Eu não sei como explicá-lo.


Víktor Gómez- Espanha

Tradução ao português: Tania Alegria
De Perfeccione lo inútil a lo inútil
(Poemário inconcluso)


*****

UN POEMA SIN TÍTULO DE VÍKTOR GÓMEZ

La luz calla.
Parece que habrá buena cosecha.
Miguel Ángel Curiel

(Intempestivas conversaciones nocturnas en Jerez)


Un violín roto, decía León Felipe.
Un caballo azul, George Trakl.
Un extraño animal, invocaba Blanca Varela.

Yo no sé,
en estas aguas transparentes,
en esta ausencia de barro,
cómo no beber
el veneno de su claridad sin
morir al bien
que se quedó jugando,
que se queda embarrando
−como mi infancia en su quicio –
una orilla de asnos insomnes.

Porque hay aguas limpias
que son mortales
pero ningún niño se murió
jugando en la orilla barrosa.

Yo no sé como explicarlo.


Víktor Gómez- España
De Perfeccione lo inútil a lo inútil
(Poemario inconcluso)

Nenhum comentário: