terça-feira, 24 de janeiro de 2012

CREPÚSCULO




CREPÚSCULO

Menzione d’onore. VI Premio Internazionale
Napoli Cultural Classic, 2001.


A Isabel Ortega Marques


Os fulgores rosáceos e violetas
do crepúsculo se vão desvanecendo
como costumam desvanecer-se
as esperanças quando estás longe de mim.

Cai a tarde
chega a escuridão
as sombras me fazem prisioneira
redemoinham à minha passagem
me aprisionam com suas fortes mãos
para reter-me e não me deixar ir
ao teu encontro.

Doce minha aguarda que a lua
nos presenteie um halo de luz
prata e mortiça
e dissipe as nuvens que a ocultam
atrás de grossos cortinados de nostalgia
aguarda que sairá para nós dois
pontual como cada vigília
então me soltarei da prisão
das sombras para desafiar o vazio
que nos separa
esse vazio cheio de fantasmas
seres estranhos
de hipogrifos que não me permitem
esquivá-lo com as suas mutáveis metamorfoses.

Doce minha espera que a lua
nos brinde o seu calor e passe
esta catalepsia minha.


Ruth Pérez Aguirre- México


Traduçao ao português: Tania Alegria


*****

CREPÚSCULO

Menzione d´onore. VI Premio Internazionale
Napoli Cultural Classic, 2001.



A Isabel Ortega Marques



Los fulgores rojizos y violetas
del crepúsculo se han desvanecido
como suelen desvanecerse
las esperanzas cuando estás lejos de mí

Cae la tarde
llega la oscuridad
las sombras hacen presa de mí
se arremolinan a mi paso
me aprisionan con sus fuertes manos
para retenerme y no dejarme ir
a tu encuentro

Dulce mía aguarda a que la luna
nos regale un halo de luz
plata y mortecina
y disipe las nubes que la ocultan
tras gruesos cortinajes de nostalgia
aguarda que saldrá para nosotros dos
puntual como cada vigilia
entonces me soltaré de la prisión
de las sombras para retar el vacío
que nos separa
ese vacío lleno de fantasmas
seres extraños
de hipogrifos que no me permiten
sortearlo con sus cambiantes metamorfosis

Dulce mía espera que la luna
nos brinde su calor y pase
esta catalepsia mía.


Ruth Pérez Aguirre- México

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